segunda-feira, novembro 30, 2009
segunda-feira, novembro 23, 2009
CARTÃO DE IDENTIDADE DOS MOÇAMBICANOS, por MIA COUTO
CARTÃO DE IDENTIDADE DOS MOÇAMBICANOS
Mia Couto
Há uns dias, em Maputo, deparei com dois jovens sentados no muro da minha empresa e a um deles perguntei o que ele fazia ali. A resposta veio célere:
— Não estou a fazer nada.
Fiz a mesma pergunta ao outro jovem que me respondeu com a mesma prontidão:
— Eu? Eu estou aqui a ajudar o meu amigo.
Haver alguém que ajuda um outro a não fazer nada é do domínio da mais pura metafísica. Lembro este episódio e penso na habilidade notável que os nossos povos partilham de produzirem este tipo de atitude filosófica. Coexiste em nós, lusófonos, uma certa sabedoria que nos diz que a felicidade se constrói, sim, mas que também se pode ser feliz só por preguiça. O destino, o fado, os deuses: esses são os autores dessa narrativa a que chamamos Vida.
Lembro este episódio para dizer o seguinte: nós não falamos apenas uma mesma língua. Nós sentimos de modo semelhante aquilo que não pode ser dito em língua nenhuma: o peso do Tempo, o sentido da existência, uma certa ideia da eternidade. O vazio do nada é algo que, em português, se preenche do mesmo modo em qualquer indolente muro de qualquer das nossas cidades. É nesse muro que nos sentamos para nos dedicarmos a esse desporto que, na nossa família linguística, é mais popular que o futebol: a saudade do que aconteceu, a lamentação do que podia ter acontecido e o lançar de culpas sobre o que não chegou a suceder.
Quando a lusofonia foi proclamada como um projecto supranacional houve interrogações que foram levantadas. Eu mesmo questionei o sentido desse projecto numa realidade plural em que parte dos seus cidadãos não fala português ou fala português como segunda língua. Evidentemente que eu me posicionava tendo, sobretudo, em conta a realidade do meu país. Não seria justo inventarmos um patamar de cidadania que excluía, à partida, mais de metade dos moçambicanos. A verdade é esta: apenas uma das nações de Moçambique já vive na lusofonia. Apenas parte dos moçambicanos já se reconhecem como falando e sendo falados pela língua portuguesa. Mas também é verdade que toda a grande nação moçambicana encontra no português a sua língua de construção, o idioma que a projecta num corpo unitário e que a torna capaz de viver na modernidade.
quarta-feira, novembro 18, 2009
Lançamento do livro do Ñ para o NH e Concurso Planeta NH
A seguir, no Café de Alejandría, realizou-se o I Campeonato do (jogo interativo) Planeta Nh em Lugo. Com cinco equipas - Tugas, Porreiros, Fixes, Paralamas e Legais - concorreram no concurso, cabendo finalmente aos Porreiros, do IES Olhos Grandes de Lugo, o primeiro prémio.
Do departamento de português de Lugo agradecemos a presença de todos os que vieram e esperamos que haja novas e mais renhidas edições do campeonato.
terça-feira, novembro 10, 2009
BAÚ DA FICÇÃO
Agora vamos começar a partilhar as nossas leituras! Comenta, fala e apresenta as tuas opiniões e valorizações sobre aqueles contos que já leste!