EMÍLIO C. (Intermédio 2)
Desenho a minha ausência
um desapego de tudo
a sagrada beleza da coisa inexistente
e depois do túnel ter desaparecido no tempo
como barca aberta às águas oceânicas
o único sentimento é a água
sem salvação.
Desmantelo o tempo.
Castelos, príncipes, borboletas. Vamos perdendo
onde estão quando procuro no silêncio.
Deixa-me atravessar a noite que falta
pela sombra da lua quente
o vento agita e o vazio canta
eu voo rapante sobre o nada.
Dorme comigo. Agasalha-me as noites
só um rio continuará correndo, só umas mãos eternamente vivas.
Cada poro é uma ponte, o lugar habitado
o que penso ser a minha vida em duas horas.
Amor à tardinha, com a vida desarrumada.
Antes não era eu. Nunca estava dentro,
os meus sonhos não eram de ninguém
no meio da gente, tudo era secreto, cúmplice.
Porque não sinto agora o que já sei?
A flecha parte e nunca chega,
o viajante sem sombra
porque até a tristeza tem custo, uma esperança.
Dentro de um homem onde vivia eu,
como dispor as pedras
com que caminho de olhos lentos. Entro no mais belo
de mansinho porque mesmo o infinito
somos o que restou da última viagem,
desaparece em pequenas nadas,
rebenta em minúsculos peixes
a relva da minha infância em forma de trapécio
porque resistimos à burocracia e ao cansaço.
MARIA M. (Básico 1)
Antes não era eu. Nunca estava dentro
em voo rasante sobre nada
e os meus sonhos não eram de ninguém.
Castelos, príncipes, borboletas. Vamos perdendo.
Quando me esqueço
que me esquecerei de desejar
os meus dois olhos não sabem
desvanece em pequenos nadas.
Sem salvação
eu e o emu nome caminhamos juntos
é por isso que devemos saber escutar
e depois do túnel ter desaparecido no tempo
onde estou quando procuro no silêncio
infinitamente distante das nossas percepções confusas.
terça-feira, fevereiro 02, 2010
CENTÕES (com versos de Rosa Alice Branco) - INTIMISTAS
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