sábado, março 17, 2012

Uma viagem brasileira


A Pilar Sánchez Monje, do Avançado 1, inaugura a coletânea Relatos de Viagem que nos permitem perscrutar um poucochinho mais do Brasil.

Obrigadão, cara!!!

Uma viagem brasileira


Agora, quando todos dormem é quando posso ficar tranquila no meu quarto. Agora, posso falar-vos de Maria Eduarda.

Há um ano que a companhia francesa de teatro e música Jo Bithume me requereu para fazer com eles uma tournée pelo Brasil. Esta aventura nasceu do sonho do seu grande diretor Jacques Dolivet que adorava o país depois de uma visita que fez há quinze anos.

A ideia tinha uma parte de maluquice, porque, embora eles tivessem os concertos fechados com vários teatros e, a parte mais importante seria da viagem livre, selvagem, à procura das pessoas nas cidades,.... ao encontro dos problemas (dizia para mim própria). Para os músicos era uma questão de jogar pelo prazer de jogar, para voltarem à razão primitiva da sua profissão: o contato direto com o público, do auditório, enquanto que para mim porém a ideia tinha os ingredientes necessários para eu querer experimentar, também se acrescentava uma sensação de cautela.

Nesta altura levávamos quase um mês no país tropical, mais não teríamos chegado até aqui se não fosse pela mágica aparição de Maria Eduarda.

Um dia, depois de andarmos pelo estado do Pará, chegamos a Itacoatiara, no Amazonas. A cidade é um importante porto fluvial, e como boa cidade portuária, as pessoas eram boas negociantes e conversadoras. Uma maravilhosa miscigenação alargava-se pelas avenidas, lojas e cafés.

Alugámos vários quartos na Avenida Sete de Setembro, perto da Praça da Matriz onde se celebrava o Festival da Canção. Cedo andámos para o escritório do concurso para nos podermos inscrever. Porém, quando retornámos, topámos o prédio completamente em chamas. Alguns dos músicos conseguiram tirar alguns instrumentos e algumas malas, mas a maior parte das coisas do espetáculo estava a arder e com elas a nossa esperança de participar no Festival e ganhar algum dinheiro para atingirmos a nossa meta: O grande Teatro Amazonas de Manaus.

O cansaço dos dias, dos ônibus às pressas, das sujas estalagens, dos esforços por cuidar de dezoito pessoas cada vez mais desiludidas, caiu sobre mim como uma lousa. Afastei-me do grupo para chorar sem ser vista quando um som começou a se levantar por cima do barulho dos bombeiros. O som quente de uma viola caipira advindo à voz atraente de uma moça pequena, mulata, de olhar ausente atrás de uns óculos grossos como vidro de copo. Completamente sozinha, sem auditório, -as pessoas estavam a olhar para o fogo -. Ela apurava-se em manter a harmonia da sua voz longe da dura realidade da cena, em construir uma bolinha de sabão no médio da trovoada. Isso me fascinou e como os ratos com o Flautista de Hamelin, todo o grupo se aproximou da cantora esquecendo a chatice, a fraqueza e as preocupações pelo perdido. Foi o feitiço da simplicidade da Maria Eduarda que nos devolveu, como um soco, à razão da nossa viagem. Todas as nossas dificuldades não eram nada se comparado com a vida desta moça quase invisual, moradora de rua, ardina ocasional que conseguia afastá-lo tudo para nos oferecer o grande presente de quem nada possui: a sua música.

Desde esse momento não nos separámos dela. A companhia desenhou um novo espetáculo, sem artifícios, simplesmente pelo prazer de jogar, onde se incluiu à Maria Eduarda, e estivemos prontos para o Festival.

O resultado? Isso já é outra história.

sexta-feira, março 09, 2012

Códex Calixtinus (II)


Leiam a segunda parte do roubo do Códice Calixtino por desempregados lugueses. O Pão-por-Deus e São Brandão foram cúmplices deste logro. O nosso muito obrigado a Javier, Virgínia e Beatriz por esta história.

A seguir à conversa com a mulher, nós já ficamos a pensar: os Açores serão destino de muitos turistas no futuro, isto é uma oportunidade única. O Diogo faz os barcos, a Ana e o Telmo falam com os turistas e vão com eles de passeio, e a Andreia e a Valéria tratam dos golfinhos, peixes, tartarugas, macacos e enguias dessas ilhas das quais fala esta mulher. Poderíamos montar um negócio entre os seis e assim apagar o nosso nome das longas listas do INEM, e além disso, ganhar dinheiro e trabalhar cada um naquilo que mais gostamos de fazer !! Todos concordamos em que era uma boa ideia. Não sabíamos com certeza se ia funcionar o nosso projeto, mas também concordamos em que não podíamos ficar mais tempo vendo de que lado soprava o vento, e sem trabalho.

Então, depois duns dias, voltamos à adega de São Roque para falar outra vez com a mulher. Dissemos-lhe que gostáramos muito da sua conversa e da história do Códice Calixtino, e queríamos saber mais. Por exemplo, se uma pessoa podia apanhar o livro e ficar com ele um tempo, já que tínhamos vontade de apanhar o livro e ir para os Açores para montar um negócio.

Sim pode, mas fique a ouvir com atenção: quando a pessoa sai adiante / se sai bem na sua vida, essa pessoa tem a obriga de devolver o livro à catedral para poder assim ajudar outras pessoas no futuro. Por exemplo, outros desempregados como vocês”.

Mas não sabemos se podemos ler e também apanhar o livro”, disse a Andreia, triste.

Eu e a minha turma temos bom coração, podes estar certa“, respondeu a Valéria.

Sim, certeza, certeza”, respondemos eu, a Ana, o Diogo e o Telmo.

Ótimo, então o que têm de fazer é ir caminhando para Santiago, pedir o Pão-por-Deus pelas casas, ajudar os outros peregrinos do caminho e dar de presente ao Apostolo Santiago o pacote do Pão-por-Deus”, respondeu a mulher.

Ok, ótimo, obrigado”,respondemos todos com um grande sorriso.

Então, fomos lá à Catedral de Santiago de Compostela desde O Cebreiro. Pedimos o Pão-por-Deus pelo caminho, e ajudamos os peregrinos. Acho que chegamos por volta das onze da manhã num dia de abril de muita chuva, vento e nevoeiro em Santiago. No zimbório da catedral houve uma enorme nuvem preta. Rezamos um bocadinho na catedral e depois deixamos o pacote do Pão-por-Deus aos pés do Apóstolo Santiago. A seguir, entre toda a turma o Apóstolo Santiago e demos uma vista de olhos ao livro e ao itinerário de São Brandão. Não fizemos barulho e lá escapamos de mansinho com o livro, mas o bispo meia hora depois deu o seu passeio rotineiro e não acreditava. Ligou depressa para a polícia, e a notícia do roubo apareceu nas televisões à hora do almoço.

À tarde, fomos de carro para Noia para apanhar o barco do pai do Diogo. Era já noitinha e embarcamos devagar, para não chamar a atenção, às ilhas dos Açores. Estávamos a morrer de medo, de que alguém soubesse que tínhamos o Códice Calixtino. Na televisão diziam que ainda não se sabia quem foram os ladrões, se calhar a catedral não tinha câmara de segurança. A polícia não acreditava que alguém roubasse um livro que ficava debaixo de dois mil kg da estátua do Apóstolo Santiago sem nenhuma ferramenta.

Por sorte, nada aconteceu e fomos navegando através do oceano. O barco estava cheio de provisões e também houve varas de pescar. Nenhum de nós jamais teve a sensação de olhar ao redor e ver água simplesmente. Fomos seguindo o itinerário de São Brandão, e durante a viagem gostamos muito de ver os golfinhos nadando na quilha do barco e as aves migratórias acima de nós.

Contudo, o barco era pequenino e o Diogo esqueceu a biodramina, pelo que às três, quatro horas, ficamos parvos pelo fluxo das ondas e caímos todos ao chão, menos o Diogo, que já estava acostumado a navegar.

Acordamos no estômago duma baleia um bocadinho estonteados, não lembrávamos nada. O Diogo disse-nos que uma baleia engolira o barco enquanto nós estávamos apalermados. Um bocadinho depois a baleia engoliu muita agua e o barco saiu disparado pelos pulmões.

Ao sair, já noite, houve um dilúvio. Ficamos no barco a descansar. Conforme o itinerário, na manhã seguinte seria a nossa chegada à ilha.

Na manhã seguinte acordamos com os berros da Ana e o Telmo:

Turma !!!!! Terra à vista !!!!!!

segunda-feira, março 05, 2012


CHEGOU O ADIVINHÃO À TURMA
DO BÁSICO DAS 16h00

O QUE É QUE É...?

1. No alto do meu ouriço me vejo
ladrão vejo vir e não posso fugir. O que é que é...?
2. Verde nasci
na juventude verde me vês
preta me torno na minha velhez. O que é que é...?
3. Capote sobre capote
capote do mesmo pano
se não o digo, não acertas num ano. o que é que é...?
Mila e Irene.

4. Verde me plantaram
no horto da minha casa
por volta de um mês me arrincaram
para comer-me numa praça. O que é que é...?
5. É redonda como o sol
também tem a mesma cor
e no teu pequeno almoço
não me deves esquecer. O que é que é...?
Marisa e Consuelo.

6. Nasce verde
muda com o tempo
por dentro estou contente
e por fora sou amargo. O que é que é...?
7. Tenho várias mães
vários odores e vários sabores
acompanhando vinho bom estou
e chamam-me igual que uma parte do meu corpo. O que é que é...?
8. Tenho mãe mas não tenho pai
tenho irmãos de várias raças.
Nalguns países nasço, mas estou proibido.
Se me tomas em quantidade
tem cuidado com o meu efeito. O que é que é...?
Fran e Anjo.
9. Tenho boca e não como
tenho pernas e não ando
e tenho rabo e não faço cocô. O que é que é...?

Soluções: 1. castanha, 2. amora, 3.cebola, 4. alface, 5. laranja, 6. limão, 7. queijo, 8. vinho, 9. pote

A ARTE DO DIZER

A ARTE DO DIZER
RECITAL POÉTICO-MUSICAL NA EIO DE LUGO: Um aluno e uma aluna da Escola abriram a Sessão Poética dizendo cada um, um poema à sua escolha. Elsa Noronha, 'a guerreira da palavra' dirá um poema de um poeta da Galiza – “Libremente” de Celso Emílio Ferreira. E os diversos poetas africanos e portugueses e outros cantos irão-se sucedendo: Rui de Noronha, Noemia de Sousa, Almada Negreiros, Ovídio Martins, Natália Correia...

JÁ A SEGUIR! TUGA-LUGO-LENDO!

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APRESENTAÇÃO DO CLUBE DE LEITURA Sexta-feira, 4 de dezembro 19h30 IES OLHOS GRANDES (Feminino)

Encontro com Cabo-Verde

Encontro com Cabo-Verde
SEXTA-FEIRA 4 DEZEMBRO - 17h30 Encontro com Silvino Lopes na EOI Lugo 17H30 IES OLHOS GRANDES (FEMININO) Lançamento do livro "Rimas no deserto" e música cabo-verdiana

CAMPEONATO PLANETA NH

CAMPEONATO PLANETA NH
Cafetaria Biblioteca de Alejandria, 6ª, 13 de novembro de 2009, às 21:30H

CONCURSO PLANETA NH

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Todos ao mesmo tempo! Escolham a sua resposta!

Lançamento do livro "Do Ñ para o NH" e Campeonato do Planeta NH

Lançamento do livro "Do Ñ para o NH" e Campeonato do Planeta NH
Vem participar!

LANÇAMENTO DO LIVRO "DO Ñ PARA O NH" - 13 novembro 2009

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A malta a rir aprendendo com o Valentim!