ADELA F. (Intermédio 2)
CAMINHOS NA CERTEZA DA ÁGUA
É preciso dizer :
O único sentimento é a água.
É ainda o marinheiro,
na tua ausência,
aproxima o olhar
Corre sobre as águas .
é uma ideia ,
um despego de tudo.
Agora caminhamos juntos. Sem memoria
Sobre ela.
O viajante sem sombra
há-de -perturbar-me sempre.
Desmantelo o tempo . Tu apareces
onde um rio canta .
Desenho a minha ausência
E saberás que escrevo com e sem palavras
em voo rasante sobre nada.
Mas quando chegas o corpo não tem peso
Antes não era eu . Nunca estava dentro
Deixo as tuas mãos inteiras para que saiam
Mas não são as tuas mãos , e isso me falta ser.
Porque não sinto agora o que já sei ?
Que a palavra é o muro que nos separa das coisas
Olho o rio e não sei fingir que finjo tanta mar
em cada peixe
como barca aberta ás águas oceânicas
nua
pela sombra da lua quente.
Ontem saí para a rua e dancei com todo o meu corpo
e o meu corpo parece um sim erguendo-se
como quando o vento se levanta no mar .
O vento agita e o vazio canta
como um vicio agarrado ás raízes da mão.
Com as letras na ponta dos dedos
O meu amor da-se em palavras.
O aroma da língua.
Os meus dois olhos não sabem
o que não sabíamos . O que falta ao texto .
É por isso que devemos saber escutar.
antes de aterrarmos num verso .
Cozinhando bodas de palavras
quinta-feira, fevereiro 04, 2010
CENTÕES (com versos de Rosa Alice Branco) - CAMINHOS?...
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