Contigo sinto “nós”
“Nós” e aqui.
Somos o que restou da última viagem
quando conspiramos no silêncio.
Agora caminhamos juntos. Sem memória.
Quando um poema surge inesperadamente
um milagre acende o gesto que se perde na distância.
Tu és o meu gerúndio, a negação do tempo
e saberás que escrevo com e sem palavras
no teu corpo que só era coração
Desmantelo o tempo. Tu apareces
a arrumar os papéis ou desabotoar-me o vestido.
Os teus olhos vagueariam por mim como se eu fosse
de luz.
E soube que estava para lá da esperança
É assim que se ama.
O meu amor dá-se em palavras.
Qualquer palavra tua me desenha.
Dedico-te o espirito leve de tinta,
pelas palavras com que me acaricias.
A crença da palavra prometida
há de perturbar-me sempre
o coração.
Deixa-me atravessar a noite que falta
absorvendo da terra suspiros de alegria.
Ajuda-me a ser a tua sede
Dorme comigo. Agasalha-me as noites.
Começo uma coisa inteiramente nova como uma clareira,
nesse agora instante,
infinitamente distante das nossas percepções confusas.
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