quarta-feira, março 24, 2010

AGOSTINHO DA SILVA, UM HOMEM QUE MARCOU O SÉCULO XX


Por Maria Luz Nunes

Avançado I

Agostinho da Silva foi um homem que cultivou muitas facetas: foi orador, escritor, colaborador em programas de TV, etc.

Ele teve uma vida académica muito brilhante: depois de nascer em 1906 na cidade do Porto e passar uma parte da infância em Barca d'Alba, licenciou-se em filologia clássica pela faculdade de letras do Porto, concluindo com louvor o seu doutoramento.

A sua atividade laboral foi muito complicada: depois de trabalhar como professor no ensino oficial, demite em 1935 por não ter assinado a Lei Cabral que proibia a pertença a sociedades secretas, e foi embora para o Brasil. Lá esteve 25 anos, durante os quais criou inúmeros institutos e fez intervenções nas universidades. Após vinte anos regressa a Portugal -na chamada "Primavera marcelista"-, dedicando-se à escrita e a participar em programas da TV.

A pegada que deixou nos alunos foi muito importante: um deles lembra como ficava a falar com Agostinho depois das aulas. Graças a aquelas conversas o aluno encontrou a sua vocação. Agostinho da Silva era uma pessoa determinada na defesa das suas ideias.

Em 2006 celebra-se o aniversário do nascimento de Agostinho da Silva. Graças às comemorações celebradas nos países lusófonos, o trabalho dele permanece vivo na memória de muitos.




O espaço no filme A Outra Margem


Por Maria José de Arriba
Avançado II

A outra margem apresenta um predomínio de espaços interiores com uma significação muito precisa no desenvolvimento da trama, embora os espaços exteriores tenham um papel muito importante no fim da história. Quanto aos espaços interiores, é interessante estabelecer primeiramente a relação com a luminosidade, pois a ação que é desenvolvida no interior mostra-se com muito pouca luz. Isto faz com que o espetador se aperceba de melhor maneira da negatividade da cena. São exemplos significativos: o local em que trabalha o protagonista, a casa em que moram os pais do seu namorado, o hospital, a casa da irmã. No que diz respeito aos espaços exteriores, eles são vistos, em geral, de maneira positiva pelo espetador, pois refletem ações conciliadoras nos conflitos das personagens. O rio é o lugar que possui mais simbologia, uma vez que ali o Ricardo tenta conciliar-se com o pai e também com a Luísa; porém, não devemos tirar importância ao campo luminoso do Alentejo em que o protagonista espalha as cinzas do seu namorado. Em conclusão, o espetador do filme de Luís Filipe Rocha deve prestar atenção às mudanças de espaço, já que elas são definidoras da ação.

segunda-feira, março 22, 2010

LEMBRANÇAS DE UMA APRESENTAÇÃO BEM COZINHADA



LANÇAMENTO DO Ñ PARA O NH
Excertos perceptivos do Básico I

Nazaret L.: (...) No livro do Valentim encontramos um português para nós, os galego-falantes. Uma obra que com a metáfora da cozinha mostra preferência por um galego reintegracionista, que procura parecer-se com o português. Na conferência aprendemos coisas como que o capitão Garfio chama-se capitão Gancho em português. Também vimos erros como dizer povo em vez de vila ou chamar de "cu" à letra quê. (...) O Valentim é professor de português e acha que os alunos são muito bons na ortografia portuguesa. (...)

Melina S.: (...) O lançamento do livro começou às sete e meia na sala de atos da escola, mas por causa de uns problemas técnicos tivemos que mudar de sala até a de informática, onde pudemos continuar com a celebração, nela Valentim explicou, a modo de resumo, o conteúdo do livro. Nos últimos minutos pudemos perguntar-lhe dúvidas.

Maria M.: No dia treze de novembro (...) Uma vez que os problemas técnicos se resolveram, Valentim continuou com a apresentação, fazendo uma analogia entre língua e cozinha. Ele disse que o galego e o português são a mesma língua mas a sua evolução foi diferente. O autor descreveu o livro como um manual de áreas críticas com exercícios práticos. Também comentou que nas línguas próximas há mais interferências que nas que não são parecidas (...). Os assistentes prestavam atenção todo o tempo pelo bom humor do professor e pelo engenhoso dos desenhos do power-point. Foi um lançamento muito interessante.

Toni O.: (...) Depois de algumas dificuldades técnicas, o seu autor, Valentim R. Fagim, começou a apresentação deste manual de "português para galegos", explicando o quadro base de que nasceu a ideia de o elaborar, exemplificando com situações parecidas dadas com outras línguas. A apresentação, de uma hora aproximada de duração, foi muito interactiva e resultou bastante amena, tendo uma boa acolhida entre o público.

Iria P.: (...) Com este livro o autor pretende facilitar o estudo da língua portuguesa por meio de uma gramática singela. Este livro está especialmente recomendado para a iniciação dos galegos no estudo do português. (...) Depois deste incidente, o lançamento desenvolveu-se com normalidade e com grande interesse pelo pessoal, devido em parte ao bom comunicador e pela outra ao assunto a tratar. (...) Para terminar, P. Fagim convidou os ouvintes a um concurso de português no botequim "Biblioteca de Alejandria" onde os ganhadores conseguiram um livro.

Martín R.: Na apresentação havia mais de 25 pessoas (...). O livro é para alunos desde o nível básico até o avançado de português. O livro serve para descobrir esse idioma tão lindo que é o português. (...)

terça-feira, março 16, 2010

COMENTÁRIO DA FILME A OUTRA MARGEM


Em 2008, o Instituto Camões e o departamento de português da EOI Lugo organizaram um ato de apresentação do filme A Outra Margem, para o qual contamos com a presença do realizador Luís Filipe Rocha. Dois anos depois, algumas alunas de avançado II escrevem sobre o filme.

A TEMÁTICA E A SIMBOLOGIA NO FILME A OUTRA MARGEM
Tareixa de Castro - Avançado II

Primeiramente, devemos de assinalar a riqueza temática e simbólica desta obra do realizador Luís Filipe Rocha. Os conteúdos principais são três: a homossexualidade, a deficiência e a maternidade em solidão. Eles apresentam-se interligados para conformarem o tema geral: a dificuldade de ser diferente.
A homossexualidade, com os seus preconceitos, é abordada na personagem do Ricardo e do seu amigo e colega brasileiro, Luís. O primeiro demora a admitir a sua orientação sexual e nunca a reivindica perante a sua família. A outra face da moeda está representada pelo brasileiro, quem se manifesta sem complexos e sem dúvidas. A perspetiva utilizada para desenvolver este assunto não é tanto a dos clichés da promiscuidade e a provocação, como a do amor e a amizade; embora apareçam também temas como o travestismo, a mudança de sexo, o gosto pelo trágico ou a sumptuosidade.
Quanto ao síndrome de Down, revela-se de forma totalmente verosímil no adolescente Vasco: seja pela sua alegria contagiosa e vontade vitalista, que afloram na sensibilidade para a música, o baile, o desenho ou o teatro; seja pela sua inteligência diferente, exprimida na picardia ou na sua especial capacidade psicológica, sobretudo com os doentes. Sem dúvida, o Vasco é o mais feliz e o estímulo de toda a família.
Num plano mais distante apresenta-se a maternidade em solidão, talvez mais aceitada do que procurada. Não obstante, ela é sempre difícil, particularmente após o abandono de responsabilidades do pai e com uma criança deficiente. A personagem da Maria representa de forma ótima esse papel de mãe responsável e generosa.
Há outros muitos conteúdos secundários relacionados com a ideia principal do filme, como a solidão ─ escolhida ou resignada─ , o trabalho rotineiro na oficina, o suicídio, o autoengano, a autocompaixão, a vingança e o culto do corpo.
No que se refere à simbologia, ela está muito presente, sendo especialmente produtiva. Assim, o fogo representa, no principio da obra, a erupção dos sentimentos negativos, nomeadamente da dor. No entanto, ele pode ser libertação, com a morte. Neste sentido, o Luís diz: “O fogo liberta os que partem e aquece os que ficam”. O espelho exprime a procura da identidade. As cinzas simbolizam a aceitação da morte, sobretudo quando se espalham pela natureza. A máquina de tecer indica involução, pois faz-nos recordar Penélope. O rio pode ser vida, paisagem, mas também manifesta a linha de separação entre os “normais” e os “anormais”; situação que está perfeitamente assinalada no diálogo a gritos entre pai e filho, ligados ou afastados pelo rio. A luz tem uma forte simbologia: o jogo de penumbra e claridade reflete os diferentes estados de ânimo; a cor vermelha revela a morte violenta, a sensualidade e a sexualidade. Por sua vez, a música não é menos significativa, pois apresenta-se combinada com a luz para exprimir tragédia ─ com o fado─ e alegria com os sons clássicos dos violinos. Também o carro tem alguma simbologia, pois é indício do desarraigamento do Ricardo, lugar para o sexo e meio de fugida. Além de tudo isso, fica a metáfora total, que é o título da própria obra. A outra margem é o lugar dos diferentes, dos não convencionais: dos homossexuais, dos deficientes, das mães solteiras, das noivas abandonadas, dos pais incompreensíveis ou incompreendidos...
Após conhecer temas e símbolos, poderia parecer que estamos perante um filme triste e pessimista. Não é o caso. Há uma progressão vitalista, resultado da relação entre o depressivo tio Ricardo e o otimista sobrinho Vasco. Eles alcançam a margem da ilusão do rio que não se vê, mas está perto.

segunda-feira, março 15, 2010

ENTRE LÍNGUAS

Ano de produção: 2009
Título Original: Entre Línguas
Produção: Eduardo Maragoto, João Aveledo e Vanessa Vila Verde
Género: Documentário

No término da semana cultural da Escola de Línguas, o departamento de Português escolheu como atividade de feche a projeção do documentário "Entre Línguas".

Achamos muito interessante o ponto de vista mostrado no filme, como evidencia a realidade linguística além da Galiza, ao longo de todo o limite da Espanha com Portugal, de uma maneira muito objetiva, através de entrevistas com a população das diferentes regiões, mostrando os níveis de evolução do português de primeira mão.

Aliás, nota-se em falta um pouco mais de organização, alguma conexão para identificar mais claramente a localização das regiões, um mapa indicando-as ou um narrador, e também seria interessante alguma referência a dados históricos. Além disso, uma visão da mesma situação em Portugal poderia ser útil também como contraste.

Em todo o caso, uma obra interessante e e que invita à reflexão.

A malta de Básico II

quarta-feira, março 10, 2010

LEITURAS - "QUEM ME DERA SER ONDA", Manuel Rui

Conta a história de uns meninos que, depois de conviver com um leitão vários meses -nos quais ele alcança o peso ótimo para a matança- querem salvá-lo da morte que lhe aguarda. Porém, depois de várias páginas em que o porco parece que pode salvar-se, este objetivo não é atingido e, no final, é morto por seu pai. A ideia central é a impossibilidade de mudar as tradições. O título, "Quem me dera ser onda", responde ao desejo dos meninos de libertar o animal da morte que lhe aguarda. A onda exprimiria o mundo livre no qual o porco seria feliz. No desenho da capa do livro, na qual vemos um menino abraçado a um porco, transparece o amor dos meninos pelo leitão.


M. Luz Nuñez

quarta-feira, março 03, 2010


VEM OUVIR, CANTAR E DANÇAR CONNOSCO!


EOI_LUGO, 5 MARÇO 2010


20H NA SALA DE ATOS

A ARTE DO DIZER

A ARTE DO DIZER
RECITAL POÉTICO-MUSICAL NA EIO DE LUGO: Um aluno e uma aluna da Escola abriram a Sessão Poética dizendo cada um, um poema à sua escolha. Elsa Noronha, 'a guerreira da palavra' dirá um poema de um poeta da Galiza – “Libremente” de Celso Emílio Ferreira. E os diversos poetas africanos e portugueses e outros cantos irão-se sucedendo: Rui de Noronha, Noemia de Sousa, Almada Negreiros, Ovídio Martins, Natália Correia...

JÁ A SEGUIR! TUGA-LUGO-LENDO!

JÁ A SEGUIR! TUGA-LUGO-LENDO!
APRESENTAÇÃO DO CLUBE DE LEITURA Sexta-feira, 4 de dezembro 19h30 IES OLHOS GRANDES (Feminino)

Encontro com Cabo-Verde

Encontro com Cabo-Verde
SEXTA-FEIRA 4 DEZEMBRO - 17h30 Encontro com Silvino Lopes na EOI Lugo 17H30 IES OLHOS GRANDES (FEMININO) Lançamento do livro "Rimas no deserto" e música cabo-verdiana

CAMPEONATO PLANETA NH

CAMPEONATO PLANETA NH
Cafetaria Biblioteca de Alejandria, 6ª, 13 de novembro de 2009, às 21:30H

CONCURSO PLANETA NH

CONCURSO PLANETA NH
Todos ao mesmo tempo! Escolham a sua resposta!

Lançamento do livro "Do Ñ para o NH" e Campeonato do Planeta NH

Lançamento do livro "Do Ñ para o NH" e Campeonato do Planeta NH
Vem participar!

LANÇAMENTO DO LIVRO "DO Ñ PARA O NH" - 13 novembro 2009

LANÇAMENTO DO LIVRO "DO Ñ PARA O NH" - 13 novembro 2009
A malta a rir aprendendo com o Valentim!