
Autor: Erik
1º ano de nível avançado
Vou apresentar um colega do trabalho que tinha em Lugo, há vinte anos. Embora eu continuasse no emprego até 5 anos atrás, ele já se tinha ido muito antes.
Este senhor, que se chamava João Alves, chegara a Lugo num verão do ano 1990, se não me lembro mal. Eu nunca teria adivinhado que ele fosse arqueólogo, até que começou a trabalhar comigo. Antes eu via-o sempre no Círculo das Artes, tomando um café, ou à noite nalgum bar, bebendo vinhos. Via-se que ele gostava de vinho. Quando estava no Círculo, sentava-se na mesa 2, e sempre estava a escrever histórias.
Passado um ano, João veio trabalhar comigo num projeto da muralha. Era uma pessoa bastante fraca e nada musculada. As pernas dele eram longas e delgadas, e tinha um andar muito caraterístico. Quando eu o via, parecia que ele ia cair. O meu camarada sempre ia com um casaco e um chapéu. Também costumava levar um laço no pescoço. Portava óculos, já que era míope. Ele gostava da roupa que vestia, mas era bastante antiga.
Era um homem solitário, não gostava de companhia, e sempre estava a escrever. Costumava passear pelas ruas de Lugo sempre com a mesma roupa. Eu muitas vezes convidava-o para beber um vinho, mas nunca queria vir comigo, sempre ia sozinho. Depois de ter colhido mais confiança no trabalho, um dia ele disse-me para ir tomar algo, e desde aquele dia estive mais tempo com ele. João era um homem tão estranho, que um dia se foi de Lugo, sem dizer nada, da mesma forma que chegou.
Eu gostava muito deste homem. Aconselho-lhe a todas as pessoas que tiverem a a ocasião de conhecê-lo, que não a percam.
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